CRÍTICA | Operação Fronteira

Direção: J.C. Chandor
Roteiro: J.C. Chandor e Mark Boal
Elenco: Ben Affleck, Oscar Isaac, Charlie Hunnam, Garrett Hedlund, Pedro Pascal, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2019


Filmes de assalto possuem em suas características, modelos de entretenimento voltados para o público que simplesmente quer apreciar uma farofa. Entretanto, muitas das farofas são prazerosas, e a qualidade de tais obras são compensadas por elas. Operação Fronteira (Triple Frontier) sugere que ficaria dentro desse espectro, mas seu desenvolvimento carece de qualidade.

Na trama somos apresentados a Santiago Garcia (Oscar Isaac), um ex-soldado que procura há muitos anos um traficante sul-americano. Ao investiga-lo, descobre-se que o mesmo guarda uma quantia de 75 milhões de dólares em sua casa, localizada na selva. Ilegalmente, Garcia reúne 4 amigos pra tentar roubar esse dinheiro e lucrar o que for possível.

O principal problema do roteiro escrito por J.C. Chandor (O Ano Mais Violento) e Mark Boal (Detroit em Rebelião) é a falta de desenvolvimento de personagens. Com isso, atores como Ben Affleck (Liga da Justiça), Pedro Pascal (Kingsman: O Círculo Dourado), Charlie Hunnam (Círculo de Fogo), Garrett Hedlund (Mudbound: Lágrimas Sobre o Mississipi), além do próprio Oscar Isaac (Operação Final), soam desperdiçados em tela.  Deles sabemos o mínimo, o clichê dos homens com problemas financeiros que decidem fazer algo ilegal, mesmo sendo pais de família e afins. Mesmo com alguns pontos interessantes aqui e ali, o espectador não consegue enxergar como aquelas pessoas se conectaram.

Foto: Melinda Sue Gordon / Netflix

Operação Fronteira passa a menagem batida de que o dinheiro pode ser prejudicial e como a corrida por ele pode se mostrar fatal. Ainda assim, apesar da narrativa manjada, o filme consegue prender a atenção do público em determinadas passagens, mesmo que em outras dê sono. A falta de equilíbrio narrativo é o tom aqui. Digo isso pois o roubo acontece rapidamente, antes mesmo do encerramento do segundo ato. O que vem a seguir não parece tão interessantes quanto a própria missão. Não é fácil encontrar epifanias ou reviravoltas no meio da selva ou das montanhas.

Por fim, ao menos as cenas de ação e os efeitos visuais são bem feitos, algo difícil de errar atualmente, é bem verdade. A sensação que fica, então, é a de potencial desperdiçado, especialmente pelo elenco formado.

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