CRÍTICA | Onze Homens e Um Segredo

Direção: Lewis Milestone
Roteiro: Harry Brown e Charles Lederer
Elenco: Frank Sinatra, Dean Martin, Sammy Davis Jr., Peter Lawford, entre outros
Origem: EUA
Ano: 1960


Cassinos. Um dos jeitos modernos de fazerem as pessoas perderem dinheiro, iludidas de que, na próxima rodada, conseguirão amenizar suas derrotas apostando nos mais diversos jogos, como poker, blackjack, caça-níqueis, roleta, etc. No entanto, essa situação é invertida quando entra em ação um grupo de 11 pessoas dispostas a fazerem de tudo para se dar bem, já experientes em grandes assaltos, envolvendo imensas quantias em dinheiro. 

Esse é o mote de Onze Homens e Um Segredo (Ocean's 11), filme de 1960 estrelado pelo Rat Pack, grupo de estrelas formado por Frank Sinatra (A Um Passo da Eterninadade), Dean Martin (Quem Era Aquela Pequena?), Sammy Davis Jr. (Uma Dupla em Sinuca), entre outra estrelas que se apresentavam em Las Vegas na década de 1950/1960. Quando um dos membros ia se apresentar, o resto aparecia para um show de improviso, divertindo a plateia e resultando em visitas recorrentes, que esgotavam todos os ingressos.

Na trama, um grupo de paraquedistas recrutados por Danny Ocean (Sinatra) e Jimmy Foster (Peter Lawford) tramam um plano de roubar cinco dos maiores cassinos de Las Vegas na noite de Ano Novo. Porém, entra na jogada, o ex-ladrão Duke Santos (Cesar Romero), que tem planos de se casar com a mãe de Jimmy, para dar uma reviravolta.

Foto: Warner Bros Pictures

O roteiro opta por focar exclusivamente no assalto e os personagens acabam sendo poucos explorados. Existem, claro, dilemas de moralidade, principalmente com relação ao pai que não vê o filho, a regeneração social, entre outros. No entanto, a falta de desenvolvimento acaba sendo um pouco fraco do filme, assim como algumas piadas de cunho duvido. Os mais politicamente corretos podem ficar incomodados com algumas atitudes completamente rechaçáveis, como piadas com negros, o blackface, ou até tapas na bunda das mulheres. Atitudes que eram toleradas na início da década de 1960 e que não são aceitas em tempos contemporâneos.

A trilha sonora é ótima, introduzindo jazz de boa qualidade, o que faz com que o espectador adentre naquela época boemia. Vale destacar Peter Lawford (Os Três Sargentos) cantando e tocando piano, um dos poucos que apresentam seus dons musicais no longa. Ainda assim, quando a trilha esquece o jazz para apostar em melodias instrumentais que reforçam elementos cômicos, a obra soa datada e repetitiva.

As atuações são boas. Frank Sinatra consegue imprimir sua figura carismática, ao mesmo tempo que soa cínico e muito divertido. Já Sammy Davis Jr. é um que rouba a cena sempre que aparece, com suas piadas e cantorias em cenas que fazem a obra valer a pena. Um dos poucos que não convence é Richard Conte (Terra Cruel), que interpreta o eletricista do grupo em uma participação curta e sem grande impacto.

Foto: Warner Bros Pictures

Onze Homens e Um Segredo é um filme divertido, especialmente se você souber relevar alguns problemas citados acima. Mesmo com pontos contra, vale a pena visitar a obra que originou a trilogia de sucesso de Steven Soderbergh (Logan Lucky: Roubo em Família), bem como o recente lançamento, Oito Mulheres e um Segredo (Ocean's 8, 2018) que atualiza a franquia utilizando personagens femininas como protagonistas.

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