TOP 10 Colaboradores | Melhores Filmes de 2019




Todo ano eu, como editor do Cinéfilo em Série, publico o meu Top 10 com os melhores filmes que foram exibidos no Brasil dentro daquele período. É claro que em 2019 não será diferente, minha lista sai semana que vem. Esse ano teremos mais uma lista: a dos nossos colaboradores!

Com vocês, as regras: 8 colaboradores do site votaram nos seus 10 filmes favoritos de 2019. A única regra é que esses filmes tenham sido lançados oficialmente no Brasil dentro deste ano, ou seja, obras que estrearam apenas lá fora (ou nos torrents) não entraram na conta. Para cada filme foi atribuída uma pontuação de 1 a 10, de acordo com a colocação no Top de cada colaborador. Sendo assim, quem foi top 1 recebeu 10 pontos, quem foi top 2 recebeu 9 pontos e assim por diante. Somadas todas as listas, os filmes com mais pontos formaram o Top 10 Colaboradores. E o resultado vocês conferem agora!


10. Nós
(Us, 2019)


Nós, cujo título original Us é um trocadilho com o nome de seu país de origem (United States), apresenta inúmeras camadas de alegoria à sua história. Algumas mais sutis e elegantes, outras grosseiras e escancaradas. É possível afirmar que esse manancial mais potente prejudica a coesão do longa, especialmente em seu arco final, mas toda a natureza da trama é tão carregada de inspiração que fica fácil relevar desvios do caminho originalmente traçado.

Gabriel Galvão


9. A Favorita
(The Favourite, 2018)



Apesar do desfecho um pouco frustrante, A Favorita se mostra bastante atual, mesmo sendo um filme de época. A busca incessante por um objetivo, seja ele de poder ou riqueza, no qual são necessários meios escusos e imorais, soa contemporâneo em demasia. É como diria John Acton: "todo poder corrompe, e o poder absoluto corrompe de forma absoluta”.

Cesar Augusto Mota


8. O Irlandês
(The Irishman, 2019)


O Irlandês é um filme digno de todos os elogios que recebe da crítica e de boa parte do público. Uma espécie de "grand finale" (ainda que não seja o fim) da carreira desses grandes atores e de seu realizador ímpar. Um longa que muito provavelmente deve ganhar algumas indicações ao Oscar, já que a Netflix permitiu sua elegibilidade para a premiação possível, exibindo-os em salas de cinema pelo mundo.

Sumaia Gomes


7. História de um Casamento
(Marriage Story, 2019)


O grande trunfo de História de um Casamento está em criar identificação e empatia com seus protagonistas. O roteiro de Noah Baumbach (Frances Ha) retrata com maestria um tortuoso momento da vida de muitas pessoas. Para a condução da narrativa, cada detalhe importa, portanto, conflitos não resolvidos, palavras não ditas e até o gesticular do casal ajudam a criar tensão e conflito. Seus personagens, longe de serem caricatos, representam pessoas reais, que comentem erros e acertos. Como espectador, é impossível não escolher um lado para defender - para, logo em seguida, mudar de ideia, e depois novamente.

Cibele Pixinine


6. Era Uma Vez em... Hollywood
(Once Upon a Time... in Hollywood)


Ainda que apresente personagens tridimensionais deveras interessantes, o roteiro de Quentin Tarantino (Django Livre) pouco se importa em construir grandes arcos dramáticos para eles, ou mesmo de criar premissas e recompensas ao longo da narrativa (mesmo que elas aconteçam eventualmente). A intenção aqui é outra. Rick, Cliff e Sharon são peças escolhidas a dedo para se retratar uma época singular dentro da cultura norte-americana, mais precisamente a Hollywood de 1969. E dentro dessa proposta, Era Uma Vez em... Hollywood é muito bem-sucedido.

Daniel Oliveira


5. Rocketman
(2019)


Seria fácil para Rocketman trilhar o caminho de um protagonista que coloca a culpa de todos os seus percalços em sua construção familiar e na fama excessiva, contudo, o longa não cai no lugar comum. Quebrando barreiras e sem medo de mostrar quem realmente é, Elton assume a responsabilidade por seus atos menos louváveis como se tivesse perdoando a si mesmo em tela. Nessa mistura de realidade e fantasia, abordadas de forma sincera e corajosa, quem ganha é o público, que é presenteado com uma cinebiografia que homenageia dignamente a carreira de seu biografado.

Nathalia Bottino


4. A Vida Invisível
(2019)


A Vida Invisível é um filme feito para todos, mas especialmente para mulheres, uma narrativa pensada para elas. Aquelas que foram nossas avós, bisavós, impedidas de protagonizar a própria história e que tiveram de lutar diariamente em uma sociedade que apenas tentou apaga-las e sufocá-las. Aqui suas trajetórias ganham luz, força e podem ser apreciadas da maneira crua e dilaceradora, como foram na realidade.

Sumaia Gomes


3. Bacurau
(2019)


Em uma dosagem refinadíssima do que de melhor Kleber Mendonça Filho (O Som ao Redor) soube apreender de seus primeiros filmes, que abraçam a fantasia do horror infantil e de sua averiguação do laudo médico de doenças corroendo os centros urbanos e a decadente classe média, Bacurau é uma sopa de gêneros. Em dado momento como thriller, em dado momento como gracejos de comédia de desconforto, em seguida sendo um western cru. Essa linguagem é fundamental para apresentar o constante estado de vigilância que acomete uma cidade açoitada pelo poder público interesseiro ou estadunidenses sanguinários. Pouca mensagem é verbalmente trocada para que se entenda o estado de perigo aos poucos envolvendo a comunidade, pois em verdade esta condição nunca os abandonou de fato. A resistência daquela cidade já se revela em sua constante existência, dia após o outro.

Gabriel Galvão


2. Coringa
(Joker, 2019)


No discurso revolucionário se encontra mais uma das tantas facetas deste que, provavelmente, é o filme de quadrinhos mais denso já feito, se é que podemos classificá-lo dessa forma. Coringa é uma apresentação crua e profunda do perverso, por isso traz um aperto no coração ao assisti-lo. O maior problema não é a ideia de um lunático ser engrandecido por seus atos de violência, mas sim por fazermos parte de uma sociedade tão doente e decadente, em que esse lunático acaba sendo usado como um modelo a ser seguido.

Nathalia Bottino


1. Parasita
(Gisaengchung, 2019)


Ao ouvir pela primeira vez o título Parasita, logo visualizei um terror perturbador, com insetos repulsivos e cenas grotescas. O que eu não sabia era que o novo filme do diretor Bong Joon Ho (Okja) é realmente incômodo e subversivo, embora nada tenha a ver com vermes ou derivados, mas sim com seres humanos e como a existência e, acima de tudo, a sobrevivência, não podem ser categorizadas como simples em nenhuma instância. Tanto uma quanto a outra possuem múltiplas camadas de complexidade. É preciso chegar mais perto para iniciarmos qualquer análise que seja.

Isabelle Carvalho


Concorda com a lista? Discorda? Diz pra gente nos comentários o seu Top 10 de 2019!

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