CRÍTICA | O Quarto do Pânico

Direção: David Fincher
Roteiro: David Koepp
Elenco: Jodie Foster, Kristen Stewart, Forest Whitaker, Jared Leto, Dwight Yoakam, entre outros
Origem: EUA
Ano: 2002


Quarto do Pânico (Panic Room) é o quinto filme da filmografia de David Fincher (Seven: Os Sete Crimes Capitais). Uma produção diferente do seu habitual, de baixo orçamento, mais minimalista e acanhada, diferente de seu filme anterior por exemplo, Clube da Luta (1999), considerado hoje sua obra-prima por boa parte do público e da crítica.

A trama acompanha Meg Altman (Jodie Foster) e sua filha adolescente Sarah (Kristen Stewart) que se mudam para uma mansão no centro da cidade. Na residência existe um quarto secreto, muito bem protegido, que serve como esconderijo em caso de invasão. E é nesse quarto que boa parte da história vai transcorrer, como o próprio título entrega.

Fincher e o roteirista David Koepp (Jurassic Park: Parque dos Dinossauros) transformam a mansão em um dos personagens da narrativa, algo essencial para que a mesma funcione. Nesse ponto, a cinematografia de Conrad W. Hall (O Justiceiro) e Darius Khondji (A Praia) se destaca, usando e abusando de jogos de câmeras e travellings que seguem os cômodos da residência em cada detalha, passeando inclusive por seus encanamentos e contornos. A proposta, de certa forma, dá até um tom experimental ao filme em certos momentos, mesclados com a sensação de claustrofobia e angústia geradas no espectador.

Columbia Pictures

No que diz respeito ao elenco, temos nomes de peso envolvidos. De Forest Whitaker (A Chegada) a Jared Leto (Blade Runner 2049), passando por uma jovem Kristen Stewart (As Panteras), ainda em início de carreira. O destaque, como não podia deixar de ser, é de Jodie Foster (Taxi Driver), que passa ao público toda a insegurança de uma mãe recém separada, ao mesmo tempo que imprime a segurança de alguém que fará de tudo para proteger sua filha.

Revisando a obra hoje em dia, é inegável que soa um pouco datada, não apenas esteticamente, mas também em certos aspectos do roteiro. Há uma forte carga de "filme dos anos 2000", o que não o impede de ser bem-sucedido naquilo que se propõe a fazer, que é deixar o espectador angustiado pelo que os personagens estão vivenciando, nos colocando no papel de necessária reflexão sobre a segurança da sociedade moderna. Estaríamos nós nos tornando prisioneiros da nossa eterna busca por segurança?

No fim, Quarto do Pânico é um bom filme, que nos faz refletir e não passa indiferente aos olhos do espectador, especialmente por sua crítica social cada vez mais relevante em tempos atuais. Mesmo não sendo um dos grandes exemplares da filmografia de David Fincher, ainda vale a visita.

Bom

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