CRÍTICA | Jurassic World: Domínio

Direção: Colin Trevorrow
Roteiro: Colin Trevorrow e Emily Carmichael
Elenco: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Laura Dern, Sam Neill, Jeff Goldblum, DeWanda Wise, entre outros
Origem: EUA / Malta
Ano: 2022

Quando Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros (2015) estreou, com uma trama que dava sequência aos eventos da trilogia original de Jurassic Park: Parque dos Dinossauros (1993), estava clara a proposta de ganhar o espectador com muita nostalgia e o avanço dos efeitos digitais. Sua sequência, Jurassic World: Reino Ameaçado (2018), por sua vez, mostrava uma evolução para a história que estava sendo contada até ali, empolgando o público com as consequências das péssimas ideias humanas. Mas o que aconteceria se os dinossauros coexistissem com os seres humanos?

Em Jurassic World: Domínio (Jurassic World: Dominion), Colin Trevorrow (O Livro de Henry) imagina como a humanidade consegue conviver com esses animais pré-históricos, após quatro anos da Ilha Nublar ter sido destruída por um vulcão. Enquanto empresas continuaram buscando lucros com os avanços genéticos conquistados graças aos dinossauros, foi preciso se adaptar ao novo mundo ao lado dessas criaturas. E é com essa premissa que a produção novamente foca sua atenção na ganância das grandes corporações e no bem estar dos animais.

Na trama, a empresa Byosin, liderada por Lewis Dodgson (Cameron Thor), é a grande responsável por explorar as consequências da debandada dos dinossauros por todos os cantos da Terra e está em busca de experimentos científicos que estão relacionados com seus DNAs.

E aqui a história se divide em duas subtramas. A primeira com Owen (Chris Pratt) e Claire (Bryce Dallas Howard) tentando proteger Maisie Lockwood (Isabella Sermon), já que foi revelado que ela é um clone humano e agora é alvo de empresas que querem tê-la como objeto de estudo. Quando Maisie é sequestrada por contrabandistas de dinossauros, junto com Beta, a filha de Blue (a velociraptor), os dois saem em busca de resgatá-la.

Universal Pictures

Na segunda subtrama, a empresa que deveria estar apenas estudando os dinossauros, utiliza um gene do Período Cretáceo para criar gafanhotos gigantes, que não só se reproduzem rápido, como são capazes de acabar com plantações em segundos, podendo inclusive acabar com a humanidade muito antes do previsto. É quando os Drs. Allan Grant (Sam Neill), Ellie Sattler (Laura Dern), e Ian Malcolm (Jeff Goldblum) retornam à franquia, com o objetivo de investigar quem está criando esses gafanhotos.

A jornada os leva para a sede da corporação, na tentativa de desmascarar a empresa, enquanto Owen e Claire seguem atrás de Maise, que virou o novo experimento de Dogson e do Dr. Henry Wu (BD Wong), que parece mais uma vez brincar de Deus, embora esteja arrependido de seus atos.

Quando todos os personagens se encontram, no melhor estilo Vingadores (2012), é que Jurassic World: Domínio atinge seus momentos mais divertidos, se aproveitando dos talentos combinados de todos eles, unidos, tentando escapar dos dinossauros. É quando percebemos que há investimento emocional naquelas figuras, e ficamos na expectativa para saber se o grupo vai conseguir sair de lá com vida e com as evidências para desmascarar a empresa.

Vale destacar, porém, que o filme não foca suas atenções exclusivamente na reunião. Temos combates entre dois mega predadores, a apresentação de criaturas "novas" e o retorno de dinossauros que se destacaram nos longas anteriores. Arrisco dizer, inclusive, que é nesse terceiro capítulo que a segunda trilogia finalmente encontra identidade própria, sabendo utilizar da nostalgia na medida certa, mas explorando novas propostas, deixando de lado o cenário dos parques e trazendo a ação para áreas urbanas.

O roteiro de Trevorrow e Emily Carmichael (Círculo de Fogo: A Revolta) aproveita a oportunidade para criticar a raça humana, com seus desastres climáticos e a exploração dos animais atingindo proporções irreparáveis. É só questão de tempo para acontecer alguma catástrofe que pode nos levar a extinção.

Universal Pictures

Mas voltando aos protagonistas, Claire e Owen se mostram grandes heróis motivados pelos sentimentos de afeto pelos dinossauros, ao mesmo tempo que são figuras paternas para Maisie. Chris Pratt (Guardiões da Galáxia) continua a se garantir como um ator de filmes de ação, no entanto, acaba por entregar o mesmo tipo de personagem de sempre, se apoiando nos momentos em que Owen precisa controlar os dinossauros com os olhos e as mãos levantadas.

Bryce Dallas Howard (Rocketman) é quem entrega evolução de personagem, já que Claire não é mais a diretora do parque insegura que corre com seu salto alto, como vimos no primeiro filme. Aqui, ela dá vida a alguém de instinto materno, que norteia suas ações, obstinada a fazer qualquer coisa para encontrar Maise.

O longa também acerta na introdução da pilota Kayla, personagem de DeWanda Wise (Vingaça & Castigo), que domina a atenção em todos os momentos que surge em tela, com suas frases debochadas e excelente ação pilotando seu avião.

O retorno de Laura Dern (Adoráveis Mulheres), Sam Neill (A Incrível Aventura de Rick Baker) e Jeff Goldblum (Thor: Ragnarok) é um dos maiores presentes aos fãs. Goldblum já havia aparecido brevemente no filme anterior, porém essa reunião de personagens icônicos faz a franquia ganhar muito em carisma. A interação do trio é divertidíssima e nos faz lembrar do longa original de 1993. Os atores mostraram que ainda conseguem incorporar a personalidade dos cientistas, mesmo depois de 30 anos, tornando seus momentos ainda mais prazerosos de se assistir.

Jurassic World: Domínio fecha a trilogia com ainda mais foco nos humanos e suas questões, diante de um mundo cada vez mais perto do colapso. Um filme que deve agradar os fãs, que entrega o que queríamos desde o começo: diversão com nostalgia, grandes cenas de ação e encantamento com os dinossauros.

Bom


Comentários