Top 10 | Melhores Filmes de 2019


Olá cinéfilos! Como já é costume desde 2012 (clique AQUI para conferir os tops dos anos anteriores), listarei aqueles que, na minha opinião, foram os melhores filmes de 2019. Foram considerados todos os longa-metragens lançados comercialmente no Brasil neste ano, portanto, vocês notarão que haverá um ou outro filme de 2018 na lista, visto que seu lançamento em nosso país aconteceu apenas no ano seguinte. Consequentemente, filmes de 2019 que não estrearam nos cinemas ou via streaming, não foram considerados (traduzindo: filmes baixados antes do tempo não vale).

Falarei brevemente sobre cada obra citada. Claro que nenhuma lista é definitiva e, infelizmente, não consegui assistir todas as obras lançadas no ano que passou, portanto alguns bons filmes podem ter ficado de fora, simplesmente por não ter tido a oportunidade de assisti-los. Também é obvio que minha opinião pode divergir da sua e, por isso, a aba de comentários está aberta para que vocês possam listar seus favoritos. Fica a menção apenas de que esses 10 filmes merecem ser vistos.

Vamos lá?

10. Homem-Aranha no Aranhaverso
(Spider-Man Into the Spider-Verse, 2018)


A melhor animação do ano que passou não poderia ficar de fora da lista. Homem-Aranha no Aranhaverso vai além disso, já que se mostrou também uma das melhores adaptações do personagem para o cinema, batendo de frente com Homem-Aranha 2 (2004), de Sam Raimi (Arraste-me Para o Inferno), ao menos na opinião deste que vos fala.

Além das técnicas inovadores de animação que emulam os quadrinhos em boa parte do tempo, Aranhaverso cativa principalmente pela ótima apresentação de seu protagonista. Miles Morales (Shameik Moore) se destaca mesmo ao lado de Peter Parker (Jake Johnson) - já consagrado perante o grande público - e Gwen Stacy (Hailee Steinfeld), o que convenhamos, faz jus à sua fama nos quadrinhos. Não à toa venceu o Oscar de melhor animação.



9. A Luz no Fim do Mundo
(Light of My Life, 2019)


Pouquíssimo se falou sobre A Luz no Fim do Mundo, até pelo seu lançamento limitado no circuito de cinemas brasileiros. O segundo longa-metragem de Casey Affleck (Manchester à Beira-Mar), que havia estreado na direção no controverso Eu Ainda Estou Aqui (2010), é um tiro certeiro em uma temática pós-apocalítica já batida, mas que encontra na ternura de uma relação de pai e filha muito bem construída o seu grande trunfo. Poucas vezes em 2019 me vi torcendo tanto por uma dupla de protagonistas.

Gosto particularmente do título original da obra e de seu significado, que em uma tradução literal chamaria-se "Luz da Minha Vida". Totalmente condizente com sua proposta e conteúdo. Recomendo demais.



8. Dor e Glória
(Dolor y Gloria, 2019)


Sabe quando você está sem nada para fazer em um sábado a noite e acaba indo parar sozinho na última sessão de uma sala de cinema semi-vazia, sem saber nada da obra, para no fim voltar para casa com a certeza de que assistiu um dos melhores filmes do ano? Assim foi minha experiência com Dor e Glória.

É evidente que eu sabia que se tratava do novo filme de Pedro Almodóvar (A Pele Que Habito), mas não havia assistido nenhum trailer. Tampouco havia aplaudido seus dois longas anteriores. Prova de que ainda é possível se surpreender com a grande tela, mesmo quando estamos diante de um dos grandes de nosso tempo.

Soma-se às belas atuações de Antonio Banderas (A Vida em Si) e Penélope Cruz (Todos Já Sabem) o fato do roteiro trazer referências auto-biográficas do próprio Almodóvar, e nada mais precisa ser dito. Os ingredientes estão à mesa. Basta aproveitar.



7. História de um Casamento
(Marriage Story, 2019)



História de um Casamento chegou no finzinho do ano na Netflix, mas em tempo de entrar na lista de muita gente. O novo filme de Noah Baumbach (Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe) se ancora em um roteiro meticuloso e nas interpretações exuberantes de seus protagonistas. Assistir Adam Driver (Star Wars: A Ascensão Skywalker) e Scarlett Johansson (Vingadores: Ultimato) em cena foi como vivenciar uma peça de teatro marcante da primeira fila, colado no palco, vibrando e se emocionado com o trabalho dos grandes atores que são.

Será um pecado se passarem batido nas premiações de 2020...



6. Um Dia de Chuva em Nova York
(A Rainy Day in New York, 2019)


É impossível falar sobre Um Dia de Chuva em Nova York sem citar as polêmicas que levaram o mais recente filme de Woody Allen (Manhattan) a não ver a luz do dia nos cinemas norte-americanos, sendo boicotado até mesmo por seus protagonistas, que não queriam ter sua imagem atrelada ao diretor. Irônico para se dizer o mínimo, já que estrelaram sua obra. O fato é que, em sua simplicidade, o filme me cativou.

Com um Timothée Chalamet (Me Chame Pelo Seu Nome) esbanjando talento e uma Selena Gomez (Os Mortos Não Morrem) apaixonante - neste que é seu melhor trabalho até aqui como atriz - Allen presta nova homenagem a sua amada Nova York, fotografada de forma belíssima na chuva por Vittorio Storaro (Apocalypse Now).

A cena em que Gatsby (Chalamet) canta ao piano enquanto Chan (Gomez) o escuta, encantada, do outro cômodo, é uma dos coisas mais lindas que o cinema nos deu no ano que passou.



5. Parasita
(Gisaengchung, 2019)


Não quero falar sobre Parasita. Não vale a pena. Seria um absurdo roubar essa experiência de alguém que ainda não assistiu ao filme. Basta dizer que é uma das melhores coisas do ano. Ou talvez que mais uma vez devemos aplaudir Bong Joon Ho (Okja) e o cinema sul-coreano, que ganha cada vez mais espaço mundialmente.

"Quando vocês superarem a barreira da legenda, conhecerão muitos filmes incríveis."


4. Bacurau
(2019)



Bacurau ultrapassou as barreiras da grande tela tornando-se um fenômeno cultural tipicamente brasileiro. O Nordeste foi celebrado, Lunga (Silvero Pereira) tornou-se um personagem icônico, seus diálogos viraram meme ("que roupa é essa menino?" ou "a gente tá sob efeito de um poderoso psicotrópico") e seu diretor, Kleber Mendonça Filho (Aquarius) - em parceria com Juliano Dornelles (O Ateliê da Rua do Brum) - se consolidou como um nome a ser seguido daqui para frente.

O cinema brasileiro vive. E é lindo.



3. Era Uma Vez em... Hollywood
(Once Upon a Time... in Hollywood, 2019)


Ainda que apresente personagens tridimensionais deveras interessantes, o roteiro de Quentin Tarantino (Django Livre) pouco se importa em construir grandes arcos dramáticos para eles, ou mesmo em premissas e recompensas ao longo da narrativa (mesmo que elas aconteçam eventualmente). A intenção aqui é outra. Rick (Leonardo DiCaprio), Cliff (Brad Pitt) e Sharon (Margot Robbie) são peças escolhidas a dedo para se retratar uma época singular dentro da cultura norte-americana, mais precisamente a Hollywood de 1969. E dentro dessa proposta, Era Uma Vez em... Hollywood é muito bem-sucedido.

É Tarantino escrevendo e dirigindo um filme sobre sua maior paixão: o cinema. Se melhorar estraga.



2. Guerra Fria
(Zimna wojna, 2018)


Parando para pensar, parece que já faz uma eternidade que estreou Guerra Fria, mas o romance trágico entre Zula (Joanna Kulig) e Wiktor (Tomasz Kot) ainda ressoa em minha lembrança, tamanha é a entrega de seus protagonistas. A beleza da cinematografia indicada ao Oscar de Lukasz Zal (Com Amor, Van Gogh) e a sensibilidade da direção do polonês Pawel Pawlikowski (Ida) fazem da obra um deleite visual e técnico, mas que emociona pela simplicidade e crueza com que retrata um tema e uma época.

Não deixem Guerra Fria ser esquecido. Ao menos eu não deixarei.



1. O Irlandês
(The Irishman, 2019)


Martin Scorsese (Taxi Driver), Robert De Niro (Cassino), Al Pacino (Serpico) e Joe Pesci (Os Bons Companheiros). O envolvimento desses quatro nomes já seria o suficiente para que eu amasse O Irlandês antes mesmo de assisti-lo. Tratam-se de figuras que me formaram enquanto cinéfilo e dos quais nutro profunda admiração por seus trabalhos. Dito isso, é absolutamente gratificante que o resultado dessa reunião tenha sido tão positiva. É fechar com "chave de ouro" a carreira de todos eles, mesmo que ninguém esteja se aposentando (além de Pesci).

Melhor só se o título da obra original fosse mantido, algo que Scorsese precisou abrir mão comercialmente. I Heard You Paint Houses (Eu Ouvi Que Você Pinta Casas) é simplesmente perfeito.




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